Metaverso é um dos assuntos mais pesquisados e comentados do momento. Todos estão procurando entender o que é metaverso e o que está vindo por aí. Tudo isso depois que Mark Zuckerberg anunciou a modificação do nome de sua empresa para Meta, uma alusão ao metaverso.
Isso porque estão ocorrendo mudanças na companhia para tornar possível a migração do modo atual, 2D, para um novo mercado 3D, o metaverso. Nele, a realidade aumentada (AR), realidade virtual (VR) e realidade mista, ou mixed reality (MR), farão parte do cotidiano.
O que é metaverso?
A palavra meta significa “além de”, fazendo com que a ideia do metaverso seja a de experimentar e interagir além do mundo “real”. O nome foi tirado da literatura cyberpunk “Snow Crash” de Neal Stephenson, publicado em 1993.
Nessa ficção científica, o termo se refere a um mundo virtual tridimensional habitado por avatares de pessoas reais. Não lhe parece algo familiar? Matrix, Tron e Ready Player One são filmes muito conhecidos que mostram o conceito de metaverso de diferentes maneiras, algo que também já foi explorado muitas vezes na série “Family Guy”.
Então, o metaverso é a possibilidade de acessar uma realidade virtual onde se pode ter uma experiência de imersão. Apesar de não ser real, através de tecnologias desenvolvidas, busca-se passar uma sensação de realidade.
Dentro dessa ideia de imersão, vemos diversos metaversos surgindo nos videogames. A tecnologia vem se superando para conseguir alcançar a capacidade de passar uma percepção de realismo ao usuário.
Em 2003, a plataforma de socialização Second Life surgiu com essa proposta. Diferente de um videogame, já que não há competições ou ganhos, o usuário pode criar a sua “realidade” e vivenciá-la com o seu avatar.
Apesar de não ter emplacado, Second Life veio sobrevivendo ao longo dos anos e aprimorando sua tecnologia. Durante a pandemia, foi muito usada nos EUA como um ambiente para congressos, happy hours e visitas a museus. Até mesmo YouTubers, inclusive brasileiros, usam a plataforma, até para games.
O conceito de metaverso
A aplicação do conceito de metaverso não é algo novo. Só que agora grandes empresas como o Facebook e a Microsoft estão decididas a investir pesado para que o metaverso se transforme numa nova realidade tecnológica acessível.
O objetivo é uma experiência mais ampla de navegação na web e a possibilidade de turbinar a qualidade dos gráficos gerados para aumentar a percepção de realidade.
As possibilidades são muitas para o mercado: os avatares poderão interagir com amigos, em reuniões, fazer compras, trabalhar, viajar ou até mesmo na prática dos e-sports. A transformação que Mark Zuckerberg pode trazer com essa inovação é usar o metaverso não apenas como entretenimento, mas como serviço.
Essa vontade de se investir em realidade virtual é um antigo interesse do Facebook quando ele adquiriu a Oculus VR, em 2014, uma produtora de óculos de realidade virtual.
No metaverso, a pessoa usará seu avatar para se encontrar com outras pessoas em um espaço virtual como se estivesse em um local físico. Para isso, será necessário algo como óculos de realidade virtual e luvas de captura de movimento para captar de forma precisa as expressões, linguagem corporal e a qualidade da voz.
O objetivo é oferecer experiências on-line em terceira dimensão e projetadas no mundo físico. O projeto de Zuckerberg é que entre 5 e 7 anos o metaverso esteja estruturado para que se possa trabalhar, estudar, jogar e se divertir.
Enquanto isso, Bill Gates promete que a Microsoft lançará a primeira versão do metaverso no ano que vem em que se usará a webcam para animar um avatar em uma configuração atual, 2D. Ele acredita que até 2024 as reuniões acontecerão no metaverso.
Metaverso e os games
A internet hoje nos oferece experiências bidimensionais, quer dizer, experimentamos através de uma tela, seja de um computador ou de um celular. O metaverso promete a possibilidade de experimentações imersivas tridimensionais.
Com essas novas tecnologias que estão aos poucos sendo disponibilizadas para o público, poderá ser possível interagir pela internet com ajuda de dispositivos e softwares. Várias empresas estão trabalhando em avatares 3D e desenvolvendo áudio espacial: a voz soa como se viesse da direção da pessoa que está falando.
A realidade virtual é uma tecnologia que se aproxima do metaverso e isso é algo que os games já apresentam. As telas-óculos são um exemplo disso: o PlayStation VR, o Reverb e o Index são alguns desses dispositivos encontrados no mercado. Usados para jogos, muitos artistas e desenvolvedores usam a plataforma para criar exposições de arte e muito mais.
Os games são as portas para o metaverso
Os games são considerados os melhores vetores dessas novas tecnologias. E a exploração do conceito de metaverso nos games não é algo necessariamente novo. Há diversos clássicos que já baseavam sua história de jogo a partir do metaverso. Os games sandbox, por exemplo, são uma forma de metaverso.
Vários desses games oferecem meios para a produção própria de conteúdo de expansão para prolongar a vida no jogo e enriquecer a experiência. Temos entre eles o GTA, Minecraft e Fortnite como exemplos.
Enquanto isso, já se pode experimentar fragmentos da realidade aumentada em games como:
- Minecraft, que teve seu primeiro festival de música, o “Block by Blockwest”;
- Roblox;
- The Sims;
- Decentraland;
- Fortnite, que realiza shows de cantores famosos dentro de sua plataforma.
Esses games já oferecem novos mundos para os gamers se expressarem como quiserem e até interagirem e se socializarem com outros jogadores. Grandes corporações como a Fanta, Mastercard e agora o Banco do Brasil estão entrando no universo gamer, algo possível dentro do metaverso.
Enquanto isso, a Roblox e a Epic Games acreditam que o metaverso não deve ser monopolizado por grandes empresas e que deve acontecer através da contribuição de milhões de pessoas na criação de conteúdo, programação e design de jogos, por exemplo.
Só o tempo dirá se todas essas promessas com relação ao metaverso realmente atingirão as expectativas dos usuários. Só nos cabe esperar e nos adaptar ao que vem por aí. E, pelo que tudo indica, fará parte do nosso cotidiano em um tempo mais curto do que atualmente se acredita, principalmente no mundo dos games.